O balanço sobre os títulos do agro contempla dados da B3, Anbima, CVM, Banco Central e mais. Confira
Os títulos voltados ao financiamento do agronegócio com recursos privados somaram R$ 1,111 trilhão em estoques ao fim de agosto. O avanço foi de 29,5% em um ano, de agosto de 2023 a agosto deste ano, segundo o “Boletim de Finanças Privadas do Agro” do Ministério da Agricultura.
No ano passado, os estoques de Cédulas de Produto Rural (CPR), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas do Agronegócio (Fiagro) haviam somado R$ 858,03 bilhões. Em junho, o estoque era de R$ 1,036 trilhão.
O maior crescimento foi reportado no patrimônio dos Fundos de Investimento nos Fiagros, que cresceu 138% em agosto deste ano ante igual mês do ano passado, de R$ 16,80 bilhões para R$ 39,97 bilhões administrados por 118 fundos em operação ante 75 de agosto de 2023.
O patrimônio líquido dos Fiagros ao fim de agosto era distribuído em 42,5% fundos de participações, 42,4% em fundos imobiliários e 15,1% em direitos creditórios. No período, o estoque de CPRs aumentou 46%, passando de R$ 272,53 bilhões para R$ 398,19 bilhões. Já o tíquete médio dos títulos caiu 22% na comparação anual, de R$ 1,62 milhão para R$ 1,26 milhão.
Na comparação entre as safras, o crescimento foi ainda mais expressivo, de 81% de julho a agosto da temporada 20224/25 ante 2023/24, passando de R$ 40,86 bilhões para R$ 73,87 bilhões registrados, o que demonstra o maior acesso do produtor rural por títulos privados em detrimento ao crédito oficial.
Outro destaque do mês foi o avanço de 31% no estoque dos CDCAs, a R$ 39,08 bilhões ao fim de agosto. Os CRAs, por sua vez, subiram 27%, para um estoque de R$ 146,63 bilhões em agosto. As LCAs apresentaram alta de 15% nos estoques na comparação anual, a R$ 487,49 bilhões, mostrando um desempenho “mais contido” desde o início do ano.
A LCA é hoje a principal fonte de recursos livres direcionados à concessão de crédito rural. Do total, pelo menos R$ 243,75 bilhões foram reaplicados no financiamento rural, 15% mais que um ano antes.
O levantamento de títulos do agronegócio é feito pela Coordenação-Geral de Instrumentos de Mercado e Financiamento, do Departamento de Política de Financiamento ao Setor Agropecuário, da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. O balanço considera dados da B3, CERC e CRDC, Anbima, Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Banco Central (BC).
Fonte: einvestigador