O montante representa um crescimento de 14,3% e é equivalente a um desembolso de R$ 477,6 milhões aos produtores, mais 8,4% durante os primeiros seis meses do ano.

De acordo com os dados da CNseg, em cinco anos, o setor registrou um aumento de 107,1% na arrecadação e 75,7% nas indenizações, passando de R$ 1,4 bilhão e R$ 503,6 milhões, em 2020, para, respectivamente, R$ 2,9 bilhões e R$ 884,9 milhões, em 2023.

“O Seguro Penhor Rural tem se consolidado como uma ferramenta essencial para os produtores rurais que buscam acesso facilitado ao crédito. A recente expansão das linhas de crédito rural no país, estimulada tanto por políticas públicas quanto por bancos privados, tem encontrado nesse produto um importante aliado, que assegura o pagamento de empréstimos com garantia em produtos agropecuários, como colheitas, equipamentos e propriedades”, ressaltou a organização em um comunicado divulgado hoje.

O aumento da modalidade está associada a maior demanda por operações de crédito de investimento, como a de bancos públicos na concessão de crédito rural.

O Banco do Brasil é uma das instituições financeiras chave para este crescimento, conforme avaliou Fábio Damasceno, membro da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg). “A operação do Banco do Brasil, que vem performando com um crescimento de 28% neste período, representa cerca de 72% do arrecadado pelo produtor”, disse. Sem o banco, acrescentou ele, a disponibilização de crédito do ramo cairia “de 14,3% para 10,33%”.

“Essa redução é, em parte, devida à atual conjuntura econômica, o que leva o produtor a ser mais cauteloso ao decidir se deve usar seu capital para investir na propriedade. Além disso, o produtor tende a buscar seguros para mitigar riscos, especialmente porque os preços das principais commodities estão em queda neste período”, detalhou Damasceno.

Ao avaliar os dados por Estados, o monitoramento da entidade relacionou que os cinco maiores arrecadadores também são os mais representativos no agronegócio do país.

Em valores absolutos, o Rio Grande do Sul, que enfrentou enchentes catastróficas no final de maio, lidera a lista com R$ 214,7 milhões. Goiás aparece em segundo lugar, com R$ 213 milhões. O Paraná vem em terceiro, com R$ 208,2 milhões, à frente de Mato Grosso, com R$ 185,5 milhões, e Minas Gerais, com R$ 165,4 milhões arrecadados.

Juntos, os cinco Estados representam 62% da arrecadação do Penhor Rural no Brasil. A concessão de recursos financeiros também aparece como mais facilitada nessas regiões, considerou Damasceno.

“Quanto mais recursos são alocados para as linhas de Crédito de Investimento Agrícola e Pecuário, maiores são as oportunidades de comercialização do seguro de Penhor Rural”.

No Sul e Sudeste são os produtores de menor porte que buscam pela modalidade financeira, diferente do Centro-Oeste, que possui um número menor de produtores interessados nas operações, mas que é compensado pelo valor médio dos recursos solicitados, indicando que o perfil do produtor é o de grande porte.

A CNseg detalhou que, embora a contratação do Penhor Rural não seja obrigatória no ato da solicitação de crédito, existe a possibilidade de inclusão do prêmio do seguro, tanto para o bem que está sendo dado como garantia, quanto para o bem que está sendo adquirido a partir das regras do Manual de Seguro. A forma de contratação que vai variar de acordo com a instituição financeira.