Café preço deve subir noticia globo rural

Preço do café deve subir no mercado interno. Saiba os motivos

Associação que representa a indústria vê aperto na oferta, mas descarta a possibilidade de faltar produto

 

No Brasil, a indústria de café não está com oferta regular do grão para processamento, o que prejudica os estoques e pode refletir em aumento de preços no varejo. A situação foi mapeada entre os dias 17 de junho e 28 de junho pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) por meio de um cálculo que indica como vai o abastecimento da cadeia fora do campo. Entretanto, a entidade descarta falta de café no mercado.

Imagem de exemplo

Os dados que compõem o índice de oferta de café para a indústria (IOCI) apontam para um cenário definido pela Abic como “suprimento seletivo” para as duas espécies, arábica e conilon. De acordo com um boletim da associação, isso significa que, em ambos os casos, empresas de todos os portes não estão com uma oferta regular do grão, “com o abastecimento sendo gradual e seletivo”.

O indicador de normalidade, em geral, é de 7 a 9 pontos. Porém, no período de junho analisado, o café arábica estava com 5,12 pontos e o conilon com 5,66 pontos. “Durante os últimos meses, o suprimento vem se mantendo seletivo, mesmo com a entrada da nova safra brasileira de café“, acrescenta o relatório da entidade.

“Mesmo o indicador apontando para o suprimento seletivo, não há falta de café. Devido à volatilidade do preço da matéria-prima, há maior pressão nas negociações, causando insegurança tanto para quem vende quanto para quem compra”, explica a Abic.

Para o cálculo do índice, alguns são considerados a partir de três avaliações de cada empresa associada à Abic e que aceita participar de forma voluntária. Um deles é a quantidade disponível, que indica a dificuldade de abastecimento; a qualidade desejada do produto oferecido, que corresponde a dificuldade com a qualidade do produto e, por fim, vendedores tradicionais de cada indústria que apontam para a dificuldade com a fonte de fornecimento.

Após as indústrias participantes responderem às categorias, é calculada a média ponderada das respostas e indica se o suprimento está de “inviabilizado” a “normalidade”, explica a entidade.”Assim, quanto menor o valor, pior é a oferta de café verde. Por outro lado, quanto maior o valor do IOCI, mais facilidade a indústria tem em efetuar as suas compras de matéria-prima”.

Desde o ano passado, o mercado de café sinaliza para a necessidade de recomposição dos estoques nas indústrias mundiais, incluindo a do Brasil. Com o clima adverso prejudicando safras de outras origens produtoras, como o Vietnã e a Indonésia, o déficit da indústria deve continuar e deve sustentar altas das cotações do grão nas bolsas de Londres e Nova York nas próximas semanas.

O cenário reflete, ainda, no preço do produto final no varejo. De acordo com a Abic, o mercado brasileiro acompanha as cotações internacionais, mas o repasse ao consumidor final é lento.

“Apesar da matéria-prima corresponder a 70% do custo total do café industrializado, existem outros fatores, como concorrência e negociação com o varejista, que contribuem para que o consumidor não sinta de imediato o efeito desta volatilidade”, acrescenta o relatório da Abic.

Café especial

Entretanto, os valores podem começar a subir nas próximas semanas. Os cafés especiais também passam a ter custos maiores para o pacote de 250 gramas, influenciados pelo preço da commodity nas bolsas internacionais, que garantem um melhor valor da saca de 60 quilos ao produtor no Brasil.

Uma cafeicultora do interior de São Paulo contou à reportagem que conseguiu vender o café de “bica corrida”, considerado de menor qualidade, por R$ 1.400,00 a saca com retirada na própria fazenda, evitando que ela arcasse com custos de frete e logística. “Pela primeira vez, estamos com uma entrada de safra com preço forte, que vai continuar”, disse.

A venda de um lote do ano passado que a produtora havia armazenado à espera de preços melhores e vendeu em junho indica que há cafeicultores segurando estoque em busca de cotações elevadas em sintonia com o câmbio do dólar, ao passo que os grandes produtores optam pelo mercado de exportação, atrapalhando a recomposição de estoques no mercado interno para torrefações e grandes indústrias.

Em maio, o grão verde do café arábica para exportação estava cotado em R$ 1.300,00 a saca de 60 quilos e fechou junho em R$ 1.339,00.

Enquanto produtores brasileiros e agentes da cadeia cafeeira tentam realizar lucros, seja na venda doméstica ou nos embarques a parceiros internacionais, a safra 2024/25 caminha para a etapa final no campo.

Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), essa temporada deverá atingir a 58,8 milhões de sacas de 60 quilos, número 6,8% maior que o ano anterior (55,1 milhões). Há outras entidades privadas são mais otimistas, como o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que projeta 69,9 milhões de sacas para o mesmo ciclo.

Fonte: GloboRural

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