Índices de preços pagos ao produtor rural têm quedas

IPPA, calculado pelo Cepea, caiu 2,8% em junho em relação a maio.

O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA), calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), caiu 2,8% de maio para junho. Foi a primeira queda do indicador neste ano.

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De acordo com boletim divulgado pelo Cepea, o declínio foi puxado sobretudo pela desvalorização de grãos e hortifrútis no mês passado – os preços desses produtos recuaram 8,2% e 2,2%, respectivamente. Houve queda dos preços nominais de todos os itens que compõem o índice de grãos (arroz em casca, milho, soja, trigo em grão e algodão em pluma), enquanto no caso dos hortifrútis as principais retrações foram as da batata, da uva e do tomate. Os preços da banana ficaram relativamente estáveis.

O indicador da pecuária, em contrapartida, subiu 4,5% em relação a maio, impulsionado por aumentos de todos os itens que o compõem (ovos, leite, frango vivo, boi gordo e, em menor intensidade, do suíno vivo). Nos mercados de café e cana-de-açúcar também houve incremento, de 1,4%.

Divulgado também ontem, o Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores (IIPR) do Rio Grande do Sul confirmou a tendência geral de queda. Conforme informações da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), houve variação negativa de 6,73% em junho na comparação com maio, também a primeira do ano, mas mesmo assim os valores praticados continuam em patamares superiores aos do ano passado.

No período de 12 meses encerrado em junho, o índice acumulou alta de 51,74%, segundo a Farsul – bem acima da variação do IPCA Alimentos, que subiu 12,59%.

Os preços pagos aos produtores gaúchos vinham sendo puxados para cima desde 2020 por fatores como a estiagem no Estado, que provocou diminuição da oferta em algumas cadeias produtivas, a desvalorização cambial e o aumento da demanda por alimentos. E, apesar do recuo de junho, o quadro de sustentação continua a dar o tom.

O Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP) do Estado, por outro lado, manteve sua escalada e subiu 1,62% em junho em relação ao mês anterior, ainda de acordo com a Farsul. Os gastos com combustíveis e fertilizantes influenciaram o aumento de custos, apesar da queda da taxa de câmbio no período.

Desde o início deste ano, o IICP apresenta tendência ascendente, e a variação positiva atingiu 17,39% até junho. Em 12 meses, o indicador subiu 23,03%, novo recorde da série histórica iniciada em 2010. O índice se mantém bem acima do IPCA que ficou em 8,35% no mesmo intervalo.

Fonte: Valor

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