Medida deve atingir segmentos como indústria, tecnologia, logística e diversos outros segmentos que dependem do dinamismo do agronegócio.
Após a suspensão das linhas de crédito do Plano Safra 2024/2025, entidades ligadas ao agro têm manifestado preocupação com o setor.
A Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), avalia que o impacto do freio ao Plano Safra se estenderá por uma ampla cadeia econômica, atingindo diretamente segmentos como indústria, tecnologia, logística e diversos outros segmentos que dependem do dinamismo do agronegócio.
Suspensão do Plano Safra
Além da ABAG, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também expressou insatisfação com a suspensão das linhas de crédito. O motivo da suspensão, segundo a FPA, é o aumento da taxa Selic de 10,50% em julho de 2024 para 13,25% em janeiro de 2025, que é atribuído à falta de responsabilidade fiscal do governo e à desvalorização da moeda.
A FPA destacou que o plano foi aprovado no orçamento de 2023 e anunciado como “o maior Plano Safra da história”, mas, ao momento em que os produtores ainda estão colhendo a primeira safra e iniciando o plantio da próxima, os recursos já se esgotaram.
Conforme a frente parlamentar, a falta de controle orçamentário, impede um planejamento eficiente e impacta negativamente os custos de produção de itens essenciais da cesta básica, como proteínas e ovos, já que a produção de rações para animais depende de grãos, cujos custos são afetados pela falta de recursos.
Por sua vez, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) também alegou que a nova medida impõe um impacto severo aos produtores rurais, que dependem desses recursos para garantir a produção e a continuidade de suas atividades. A falta de previsibilidade e planejamento compromete o setor agropecuário, fundamental para a economia do país e para a segurança alimentar da população.
“O crédito rural é um dos pilares do agronegócio brasileiro e sua interrupção abrupta prejudica, sobretudo, os pequenos e médios produtores, que encontram dificuldades em acessar financiamentos privados […]. A Faeg entende que os produtores rurais não podem ser penalizados pelo desequilíbrio econômico e pela falta de planejamento orçamentário do governo federal. O setor agropecuário, responsável por uma parcela significativa do PIB nacional, necessita de políticas públicas estáveis e previsíveis para continuar garantindo empregos, crescimento econômico e alimento na mesa dos brasileiros”, destacou a federação.
Entenda a suspensão
A suspensão que foi anunciada pelo Tesouro Nacional na quinta-feira (20), foi motivada pela alta dos custos de equalização das taxas de juros e pelo atraso na aprovação do Orçamento de 2025 pelo Congresso.
Em resposta à crise, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a liberação de R$ 4 bilhões em crédito extraordinário para destravar as linhas de financiamento do Plano Safra.
A medida visa garantir a continuidade do apoio financeiro aos produtores rurais, especialmente em um momento crítico para o setor, que enfrenta desafios como a alta da taxa Selic e o aumento dos custos de produção.
O crédito extraordinário será disponibilizado por meio de uma Medida Provisória, que deve ser publicada ainda nesta semana.
Fonte: Agro2