Empresa transforma resíduos de aves em negócio milionário

GTFoods deve aplicar mais R$ 20 milhões nas fábricas de farinha e óleo nos próximos três anos.

O grupo paranaense GTFoods, dono do sexto maior frigorífico de carne de frango do país, investiu R$ 1,5 milhão este ano em suas fábricas que transformam o resíduo das aves abatidas em farinha e óleo. A empresa deve aplicar mais R$ 20 milhões no segmento nos próximos três anos.

Vendidos às indústrias de ração de animais de companhia e de biodiesel, esses produtos representaram 8% do faturamento da GTFoods, de R$ 3,5 bilhões. Foram R$ 250 milhões no braço de ingredientes, como é chamado. Este ano, a unidade de negócios pode ter avanço de 8%, para R$ 270 milhões, estima o gerente nacional de vendas da empresa, Carlos Eduardo Lima.

Segundo ele, a GTFoods reforçou os aportes na unidade de ingredientes nos últimos quatro anos. “Investimos em equipamentos para entregar produtos melhores e específicos para um nicho bem exigente”, afirma.

Dentre os clientes da GTFoods estão as dez maiores empresas do segmento de ração para pets. Esse segmento tem muito espaço para crescer no país, avalia Lima.

A produção de óleo e farinha agrega valor às vísceras dos animais, que, em um passado distante, iam para o lixo. No caso da operação da GTFoods, seriam descartadas toneladas de restos das 500 mil aves abatidas por dia.

“Mas nós aproveitamos tudo, desde as penas. A gente se preocupa com sustentabilidade, e muitos clientes preferem comprar os nosso ingredientes por causa das nossas certificações”, diz ele.

A indústria de ração fica com toda a farinha produzida pela empresa e também com 80% do óleo. O restante do óleo vai para o setor de biodiesel, que tem demandando mais devido ao aumento da mistura obrigatória do biocombustível no diesel.

O aumento das exportações de sebo bovino — concorrente das vísceras de aves na produção de óleo — também tem feito a demanda subir.

A prioridade da GTFoods é manter sua carteira de clientes em ração, afirma Lima. Por isso, caso a indústria de biodiesel continue crescendo, a empresa deve optar por aumentar sua produção de ingredientes para atendê-la, aproveitando também um incremento previsto em seu negócio de frango.

“Temos R$ 20 milhões em investimentos previstos para os próximos três anos, com um aporte mais robusto no ano que vem, para aquisição de tecnologias e ampliação de fábricas”, afirma o gerente.

Do lado da matéria-prima, o gerente da GTFoods afirma que a oferta de frango vem diminuindo desde junho, para níveis mais saudáveis do que o mercado operou no começo do ano. Com o reajuste, o segmento de ingredientes viu os preços subirem de 6% a 10% nos últimos 30 dias.

Fonte: Globo Rural

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você Quer Impulsionar Seu Negócio?

Fale conosco por meio de nossa página de contato