Sistema está sendo patenteado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial.
A Embrapa Instrumentação (SP) e a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) desenvolveram um método de classificação de sementes que pode acelerar os ganhos de produtividade das lavouras de soja no Brasil. Com resultado rápido, viabilidade de análise em larga escala e custo inferior ao de modelos tradicionais, o método está sendo patenteado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Ele deve chegar ao mercado tão logo uma empresa se interesse pela transferência de tecnologia das instituições de pesquisa.
O método baseia-se na aplicação da técnica LIBS (de espectroscopia de emissão óptica com plasma induzido por laser) em pequenas amostras de sementes. A avaliação da qualidade das amostras é feita por meio de algoritmos de aprendizado de máquina.
O sistema LIBS dispara um laser de alta energia, gerando um plasma que emite luz oriunda dos átomos e íons presentes na amostra, explica Débora Milori, pesquisadora da Embrapa. “A emissão de luz de cada elemento é como uma impressão digital que permite identificar o átomo que está no plasma. Dessa forma, é possível quantificar carbono, nutrientes e contaminantes do solo”, afirma.
Os pesquisadores acreditam que a tecnologia será bem mais barata que métodos tradicionais, cuja análise chega a custar mais de R$ 100 por lote de semente. Além disso, o LIBS permite conhecer, em poucos minutos, o vigor das sementes. Com métodos convencionais, o processo pode levar dias.
Segundo Cícero Cena, pesquisador do Instituto de Física da UFMS, com testes eficazes, é possível distinguir o real potencial dos lotes. “Saber, antes mesmo do plantio se as sementes de soja são de alto ou baixo vigor pode ajudar a determinar a produtividade da lavoura”, diz.
O Brasil deverá produzir 133,8 milhões de toneladas de soja na safra 2020/21, de acordo com projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O rendimento deve ficar em 58,3 sacas por hectare.
Fonte: Valor