Legislação aumenta as penas para crimes ambientais, em especial, incêndios florestais
O deputado federal Zé Vitor (PL-MG) apresentou um projeto de decreto legislativo para sustar os efeitos do decreto 12.189/2024, publicado pelo governo federal em setembro e que aumenta as penas para crimes ambientais, em especial, incêndios florestais.
A norma tem sido criticada pelo setor por abrir a possibilidade de embargar áreas rurais que foram incendiadas, mesmo que o fogo não tenha sido provocado pelo produtor.
Há desproporcionalidade entre a gravidade das infrações cometidas, os valores das multas aplicadas e sanções impostas, além de embargos coletivos previstos na norma, defende o deputado.
Segundo ele, as medidas ultrapassam mecanismos legais e processuais já previstos em leis de crimes ambientais. As inovações também ampliam a restrição dos direitos como suspensão de licenças, autorizações, financiamentos e benefícios fiscais por até 10 anos.
“Através desse decreto, o Poder Executivo inverteu o ônus da culpa, exigindo que os proprietários, que já precisa lidar com os prejuízos deletério dos incêndios, comprovem que não são os responsáveis, e sim vítimas de crime ambiental”, disse Zé Vitor, em nota.
“Solicitamos que os processos de embargo respeitem o direito à ampla defesa e ao contraditório, garantindo que apenas os efetivos responsáveis pelos crimes e infrações sofram as sanções cabíveis. Frisa-se, produtores inocentes, vítimas dos incêndios, não podem ser duplamente afetados pelo efeito do fogo. Assegurar o contraditório e ampla defesa é a forma adequada de evitar que produtores rurais sejam punidos de maneira injusta, o que poderia resultar em perdas econômicas irreparáveis, impossíveis de serem revertidas em ações judiciais posteriores”, disse a FPA, na nota.
Fonte: GloboRural