União Europeia no Brasil

Conselheiro da União Europeia no Brasil fala sobre os impactos do Pacto Verde europeu no agro brasileiro

Durante encontro no ABMRA Ideia Café, Laurent Javaudin explicou sobre os riscos e as oportunidades das restrições de importação do bloco para o setor agrícola nacional

A Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA) realizou, no dia 31 de janeiro, mais uma edição do ABMRA Ideia Café. No encontro, o conselheiro para Mudanças Climáticas, Meio Ambiente e Energia na Delegação da União Europeia no Brasil, Laurent Javaudin, debateu com os convidados sobre os riscos e as oportunidades do Pacto Verde europeu para o Agro brasileiro com a nova política de importação.

Imagem de exemplo

Primeiramente, Javaudin explicou sobre o que se trata o Pacto Verde europeu, uma diretriz de sustentabilidade adotada pela União Europeia que visa conter os danos ambientais. “O Pacto Verde europeu é uma regulamentação baseada em três objetivos: tornar a Europa um continente com neutralidade climática até 2050, com emissão zero de gases do efeito estufa, dissociar o crescimento econômico do consumo de recursos naturais e realizar uma transição agrícola justa, de modo que nenhuma região seja deixada para trás”.

Para atingir esses objetivos, uma das ações a serem adotadas pelos países do grupo é a proibição da importação de produtos que tenham a sua origem associada ao desmatamento. Nesse sentido, uma das preocupações do Agro brasileiro, levantada durante o encontro pelo vice-presidente da Associação e diretor do ABMRA Ideia Café, Julio Cargnino, é o quanto essas restrições legais poderiam afetar negativamente a exportação dos commodities, que são a base da economia nacional, uma vez que o código florestal brasileiro permite certos percentuais de desmatamento por bioma.

Entretanto, o conselheiro afirma que essa não deve ser uma preocupação do setor, tendo em vista que o país é um dos líderes na conservação ambiental no mundo. “A ideia é valorizar as cadeias de valor e o Brasil tem boas políticas de conservação. Com o Pacto, o país se destacará diante dos seus concorrentes, já que está adiantado nas medidas de preservação, além de ganhar um bom argumento de vendas para o consumidor europeu”.

Seguindo nessa lógica, o presidente da ABMRA, Ricardo Nicodemos, representante e mentor do Projeto Marca Agro do Brasil, uma iniciativa que visa trabalhar a imagem do setor e, assim, torná-lo uma paixão nacional, fez perguntas a Javaudin sobre como melhorar a visão do exterior sobre o Agro brasileiro, de modo a levar informações para os cidadãos do continente sobre as suas qualidades. O conselheiro, então, respondeu que acredita que uma campanha bem pensada, fruto de uma cooperação entre os governos brasileiro e europeu, é fundamental para a compreensão internacional das especificidades da produção no país.

“Precisamos contar a história da sustentabilidade, falar sobre os esforços de conservação. Para isso, eu acredito que deve haver uma cooperação entre os governos para fazer uma campanha de publicidade conjunta explicando que a cadeia de valor é livre de desmatamento. Assim, a população europeia se sentirá confiante e priorizará a compra dos produtos vindos do Brasil, valorizando o Agro brasileiro”, afirma Javaudin.

 

fonte: ABMRA

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