Presidente do banco, André Brandão, confirmou hoje R$ 1 bilhão para reforçar linhas de financiamento de máquinas agrícolas.
O presidente do Banco do Brasil, André Brandão, confirmou hoje que a entidade vai reforçar com R$ 1 bilhão as linhas de crédito rural para financiamento de máquinas agrícolas e equipamentos de irrigação, conforme antecipou o Valor. Ele também anunciou o volume recorde de R$ 16 bilhões para o custeio antecipado da safra 2021/22 e disse que a instituição quer crescer 11% este ano para a R$ 210 bilhões na carteira de agronegócio.
“Queremos crescer ainda mais”, afirmou durante evento online do banco. “Neste ano a gente se comprometeu a crescer em níveis substanciais, e vamos chegar próximos a R$ 210 bilhões de carteira de agronegócio”.
Brandão anunciou ainda o fim da tarifa de análise de crédito para todas as renovações de operações a partir de hoje. “Quem já é nosso cliente e só está renovando, que faça isso sem precisar de análise de crédito. Cada vez mais vamos automatizar sem precisar que produtor nos provenha novamente”, destacou. “A simplificação é uma vertente importante. Queremos facilitar a vida de vocês [produtores rurais], para fazer a renovação de forma mais fácil e mais ágil”.
O vice-presidente de Agronegócios e Governo do Banco do Brasil, João Rabelo, explicou que a tarifa é de 0,5% sobre o valor total das operações que eram renegociadas ou prorrogadas. Segundo ele, de 10% a 15% dos empréstimos para a atividade rural precisam de algum tipo de prorrogação atualmente. Para novos financiamentos, o custo continua incluso. “É o momento que o cliente está precisando mais, tem dificuldade de caixa naquele momento. Ele não vai ter gasto para poder prorrogar as operações que já estavam contratadas”, afirmou.
André Brandão disse que o BB aplicou os R$ 14 bilhões destinados aos investimentos rurais em 2020 e decidiu aportar R$ 1 bilhão extra para as operações de compras de máquinas e equipamentos de irrigação. “Vamos continuar crescendo sempre que possível”. Além da aplicação de recursos equalizados e próprios no financiamento rural, Brandão afirma que quer ajudar a desenvolver o mercado de capitais para o agronegócio. “Temos que ajudar o mercado de capitais, é outra fonte de iniciativa, como vamos ajudar a financiar mais o agronegócio verde e normal”.
Além dos R$ 16 bilhões anunciados para o custeio antecipado da safra 2021/22 de médios e grandes produtores, o Banco do Brasil também tem R$ 4 bilhões para emprestar como capital de giro para a agricultura familiar. Segundo João Rabelo, o valor faz parte de uma linha contínua e que está disponível até o fim do ciclo 2020/21, em junho.
No pré-custeio, o limite para o médio produtor é de R$ 1,5 milhão, com juros de 5% ao ano, e para os demais, de R$ 3 milhões, com taxa de 6%.
Segundo Rabelo, de julho a dezembro de 2020, o Banco do Brasil desembolsou R$ 54,7 bilhões em financiamentos, R$ 30 bilhões só para custeio. “Já chegamos a R$ 2,7 bilhões em CPRs [Cédulas de Produto Rural] financiadas pelo banco”, acrescentou. Durante todo o ano de 2020, foram R$ 24,65 bilhões para financiar o plantio direto.
Outra novidade anunciada por Brandão é a criação de uma plataforma própria para financiamentos de equipamentos de conexão à internet. “Vamos ter plataforma para isso e recurso específico para esse investimento. Estamos trabalhando para financiar e aumentar a conectividade, com a instalação de antenas em cidades e no campo também”, afirmou.
Brandão também quer expandir os financiamentos para a agropecuária sustentável. A meta, segundo ele, é chegar a uma carteira de R$ 125 bilhões até o fim de 2025 em empréstimos para a atividade de baixa emissão de carbono, principalmente com a recuperação de pastagens degradadas.
Outro foco será nos incentivos à energia renovável. “Vamos financiar a transição para a energia fotovoltaica. Estamos fazendo uma parceria com empresa especializada em implementação de placas e queremos expandir para qualquer produtor que queira”, destacou.
Fonte: Valor