BNDES aprova R$ 500 mi para planta de etanol de milho no Paraná

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento no valor de R$ 500 milhões para a construção de uma usina de etanol de milho pela Coamo Agroindustrial Cooperativa, localizada na cidade de Campo Mourão, no Paraná. Esse investimento faz parte de um projeto maior, que totaliza R$ 1,7 bilhão, e visa expandir a produção de biocombustíveis no Brasil, contribuindo para a diversificação da matriz energética do país.

A planta terá uma capacidade robusta de processamento diário de 1.700 toneladas de milho e poderá produzir 765 mil litros de etanol por dia. Essa capacidade produtiva coloca a usina em um patamar elevado dentro do setor de biocombustíveis, reforçando o papel do Brasil como um dos principais produtores mundiais de etanol. O financiamento faz parte do programa Fundo Clima, que visa apoiar iniciativas que promovem a mitigação dos impactos das mudanças climáticas, a transição energética e a adoção de tecnologias mais limpas e sustentáveis.

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A construção dessa usina também terá um impacto significativo no setor agrícola e no mercado de insumos para alimentação animal. Além do etanol, a planta também produzirá coprodutos importantes no processo de transformação do milho. Um deles é o DDGS, ou grãos secos de destilaria com solúveis (Dried Distillers Grains with Solubles), um farelo que resulta da fermentação do milho durante a produção do etanol. Este farelo é altamente nutritivo, rico em fibras e proteínas, e pode ser amplamente utilizado na nutrição animal, especialmente em criações de gado e suínos.

Outro coproduto importante gerado pela planta será o óleo de milho. A planta produzirá cerca de 34 toneladas de óleo de milho por dia, que poderá ser utilizado para a produção de biodiesel, adicionando ainda mais valor ao processo produtivo e contribuindo para o aumento da sustentabilidade no uso de combustíveis renováveis no Brasil. Isso reforça a viabilidade econômica do projeto, pois amplia as fontes de receita ao gerar produtos que têm demanda no mercado agroindustrial.

A construção da usina representa um marco importante não só para a Coamo, que é uma das maiores cooperativas agroindustriais da América Latina, mas também para o desenvolvimento econômico da região de Campo Mourão. A nova planta de etanol deve impulsionar o mercado de trabalho local, gerando empregos diretos e indiretos tanto durante a construção quanto na fase operacional. Além disso, o projeto poderá gerar oportunidades para agricultores locais, que terão uma nova demanda para o milho produzido na região, fortalecendo o agronegócio e integrando ainda mais a produção agrícola com a cadeia de valor dos biocombustíveis.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou a importância do projeto para o desenvolvimento sustentável do Brasil e para a ampliação da participação dos biocombustíveis na matriz energética nacional. “O financiamento para a construção dessa planta de etanol de milho é parte do compromisso do BNDES em promover o desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental. O Fundo Clima tem um papel fundamental em apoiar projetos que ajudem o Brasil a cumprir suas metas de redução de emissões e de transição para uma economia de baixo carbono”, afirmou Mercadante.

O setor de biocombustíveis no Brasil vem crescendo de forma expressiva nos últimos anos, e o etanol de milho tem se consolidado como uma alternativa importante ao etanol de cana-de-açúcar, que tradicionalmente domina a produção nacional. De acordo com dados do próprio BNDES, entre janeiro e outubro de 2024, o banco já aprovou R$ 3,9 bilhões em financiamentos para o setor de biocombustíveis, reforçando seu compromisso com o desenvolvimento de tecnologias limpas e sustentáveis.

O etanol de milho é considerado uma importante fonte de energia renovável, com capacidade para reduzir as emissões de gases de efeito estufa quando comparado aos combustíveis fósseis. O Brasil, que já é o segundo maior produtor mundial de etanol, tem investido na diversificação de suas fontes de produção, aproveitando o potencial do milho, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sul do país, onde a produção desse grão é abundante.

Além de contribuir para a diversificação energética, o projeto da Coamo também reflete o compromisso da cooperativa com a sustentabilidade e a inovação no campo. A utilização integral dos subprodutos da produção de etanol, como o DDGS e o óleo de milho, demonstra a busca por um processo produtivo mais eficiente e menos desperdiçador, otimizando o uso dos recursos naturais.

A Coamo Agroindustrial Cooperativa, fundada em 1970, é uma das maiores cooperativas agroindustriais da América Latina, com mais de 30 mil cooperados. Com atuação em diversas áreas, a cooperativa tem investido em tecnologia e inovação para aumentar a produtividade e agregar valor à produção agrícola de seus associados. A construção da planta de etanol de milho em Campo Mourão é mais um passo estratégico para consolidar sua presença no setor de biocombustíveis, ampliando sua participação no mercado nacional e internacional.

Esse financiamento também reflete a importância do papel das cooperativas no desenvolvimento regional e na promoção de cadeias produtivas sustentáveis. Com uma gestão voltada para o cooperativismo, a Coamo tem se destacado por seu modelo de negócios, que valoriza o trabalho coletivo e a distribuição justa dos resultados, beneficiando diretamente seus cooperados e a comunidade onde está inserida.

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