Recursos irão financiar produtores que praticam agricultura de baixo carbono no Brasil
Em comunicado, o Banco do Brasil disse que a aplicação dos US$ 800 milhões em apoio a práticas conservacionistas, como o plantio direto, por exemplo, ajudará a evitar até 11,8 milhões de toneladas de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e a conservar aproximadamente 1 milhão de hectares de terra durante um período de 10 anos.
O montante levantado será usado em financiamentos a médios e pequenos produtores para acelerar a adoção de boas práticas e a apoiar a transição do Brasil para uma economia de baixo carbono, informou a instituição em nota.
“Com soluções inéditas e inovadoras, como é o caso dessa captação, estamos mostrando ao mundo que o agro e a sustentabilidade podem e devem andar juntos. Apoiar nossos clientes na transição para uma economia de baixo carbono com desenvolvimento socioeconômico é um compromisso nosso e queremos que possa inspirar cada vez mais instituições e investidores no Brasil e no mundo”, afirmou a presidente do BB, Tarciana Medeiros, na nota.
Segundo o banco, o financiamento terá natureza rotativa: após os empréstimos serem quitados, os agricultores se tornam elegíveis para solicitar novos valores nos anos subsequentes. Isso permitirá aos produtores sustentar suas operações agrícolas e atender às crescentes necessidades financeiras durante todo o período de garantia, de acordo com a instituição financeira.
“A garantia conquistada para o negócio traz a operação para um rating AAA. Isso reduz o custo de captação geral, tornando os preços mais competitivos no mercado. São recursos captados a partir de negociações com bancos internacionais e que serão destinados a financiar operações agrícolas no Brasil para plantio direto, com prazo de 10 anos”, afirmou Francisco Lassalvia, vice-presidente de Negócios e Atacado do BB, na nota.
Apoio da MIGA
A operação contempla ainda uma doação de US$ 300 mil pela MIGA para projetos sociais envolvendo mulheres empreendedoras no campo e comunidades quilombolas e povos originários, desenvolvidos pelo conglomerado Banco do Brasil.
Esse é o primeiro empréstimo coberto pela MIGA em conformidade com os princípios do Empréstimo Verde, a primeira transação da MIGA no Brasil desde 2014 e seu primeiro projeto de agricultura de conservação, tornando a operação inédita junto ao Banco do Brasil.
“Estamos muito satisfeitos em executar a maior transação até o momento na América Latina com a garantia da MIGA e a primeira transação apoiada pela agência para um banco comercial globalmente”, disse John Meakin, chefe global de exportação e financiamento de agências na JP Morgan Payments, em nota divulgada pela assessoria do BB.
Fonte: GloboRural