3º Levantamento da Safra 202425 Acompanhamento da Produção de Cana-de-Açúcar

3º Levantamento da Safra 2024/25: Acompanhamento da Produção de Cana-de-Açúcar

O 3º Levantamento da Safra 2024/25, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), traz uma visão geral das projeções para a produção de cana-de-açúcar no Brasil. Embora o relatório aborde diversos aspectos, como os impactos das condições climáticas, a evolução da mecanização da colheita, e as previsões para a produção de açúcar e etanol, aqui faremos uma breve análise dos principais pontos. O objetivo é oferecer um panorama conciso das tendências do setor sucroenergético para a temporada 2024/25, com foco nas variáveis que podem influenciar os resultados finais.

A safra de cana-de-açúcar 2024/25 no Brasil apresenta um cenário desafiador e transformador. Após os resultados excepcionais do ciclo anterior, a nova temporada foi marcada por condições climáticas adversas, que impactaram diretamente a produtividade nas principais regiões produtoras. Esse contexto trouxe mudanças significativas para o setor sucroenergético, afetando tanto a produção quanto o mercado de açúcar e etanol.

Imagem de exemplo

A expectativa inicial de redução na geração de açúcar está se confirmando. A produção nacional deve atingir cerca de 44 milhões de toneladas, 3,7% a menos do que na safra 2023/24. Essa queda reflete a menor oferta de matéria-prima e um impacto direto da diminuição da produção de cana-de-açúcar. Ainda assim, o mix de produção das usinas permaneceu mais favorável ao açúcar, dada sua maior rentabilidade no mercado internacional em relação ao etanol.

No caso do etanol, a retração também é evidente. A estimativa é que a produção do biocombustível proveniente da cana-de-açúcar atinja 28,9 bilhões de litros, o que representa uma redução de 2,8% em relação ao ciclo anterior. Essa diminuição é atribuída não apenas à menor disponibilidade de cana, mas também à redução da competitividade do etanol frente ao açúcar, que registrou aumento de preços devido à menor oferta global. Apesar disso, a expansão da produção de etanol derivado do milho trouxe um alívio, elevando o volume total nacional do biocombustível para 36 bilhões de litros, um crescimento de 1,3% em comparação à safra passada.

A mecanização da colheita é outro ponto de destaque nesta safra, consolidando-se como uma prática amplamente adotada. Cerca de 92,4% das operações foram realizadas por máquinas, confirmando a tendência de modernização no setor. Esse avanço é impulsionado tanto por legislações ambientais, que restringem o uso do fogo como prática de manejo, quanto por incentivos para a descarbonização. A mecanização trouxe ganhos em eficiência e sustentabilidade, especialmente nas regiões de topografia favorável, como o Centro-Sul, onde São Paulo se destaca com mais de 98% da colheita realizada mecanicamente. Contudo, em regiões como o Nordeste, a colheita manual ainda predomina devido ao relevo acidentado, o que mantém desafios para a modernização integral do setor.

No mercado internacional, o açúcar brasileiro continua a ser um pilar econômico. Apesar da redução na produção, o Brasil exportou um volume recorde de 23,1 milhões de toneladas entre abril e outubro de 2024, um aumento de 23% em relação ao mesmo período do ano anterior. Isso resultou em uma receita de US$ 10,9 bilhões. Contudo, o preço médio do açúcar sofreu uma queda de 10% devido à maior oferta global, impulsionada pelo aumento da produção em países como Tailândia, Índia e China.

Enquanto isso, as exportações de etanol registraram uma queda expressiva de 25,3%, totalizando 1,08 bilhão de litros no período. A Coreia do Sul segue como o principal destino do biocombustível brasileiro, representando 43% do total exportado, seguida por Estados Unidos e Holanda. A retração reflete um cenário global menos favorável para o etanol, reforçando a necessidade de diversificação e fortalecimento de mercados.

Apesar dos desafios, a safra 2024/25 também ressalta a capacidade de adaptação do setor sucroenergético brasileiro. O avanço da mecanização, o crescimento na produção de etanol de milho e a consolidação do país como líder global em exportações de açúcar mostram um setor que, embora impactado por fatores climáticos e econômicos, busca soluções inovadoras e sustentáveis para manter sua relevância no mercado global.

O futuro do setor dependerá da capacidade de superar barreiras, investir em tecnologias e políticas públicas eficazes, além de equilibrar a produção com a preservação ambiental. Mesmo em um cenário adverso, o Brasil segue sendo uma potência no setor sucroenergético, provando sua resiliência e adaptabilidade diante de um mercado em constante transformação.

 

Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento – Conab

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